07 janeiro 2007













Morgan Scott Peck

À-toa pela rede, achei um trecho de um livro deste cidadão aí acima. Gostei muito, não o conhecia... Através do trecho encontrado achei essa "resenha" de um livro dele que me parece muito interessante.

No Brasil o livro se chama "A Trilha Menos Percorrida", M. Scott Peck

Transcrevo na íntegra o que encontrei em outro Blog :) . Está em português de Portugal...

Vai bem de encontro à minha linda de pensamento...

A vida é difícil. Eis a primeira frase do livro que inaugura a colecção XIS. Mais do que a primeira frase, a primeira grande verdade e, porventura, a maior de todas as certezas com que somos confrontados, dia após dia.A vida é difícil e ponto final. Scott Peck resume numa frase breve todo o conteúdo do seu livro e grande parte da nossa existência.Um dos erros mais comuns e, quem sabe, a fonte de todos os equívocos reside na não aceitação, à partida, de que a vida é difícil. Para não perpetuar o equívoco nem laborar sobre o erro, Scott Peck parte justamente desta realidade real e empenha-se em mostrar que podemos aprender a lidar com as dificuldades. E é este espírito construtivo que faz toda a diferença ao longo do livro.

Comecemos pelo princípio, citando o próprio autor:“ A maior parte das pessoas não vê inteiramente esta verdade de que a vida é difícil. Em vez disso, lamenta-se mais ou menos incessantemente, ruidosa ou subtilmente, da enormidade dos seus problemas, encargos e dificuldades, como se a vida fosse fácil de um modo geral, ou como se a vida devesse ser fácil”.Na realidade todos sabemos, por experiência própria, que não é fácil viver um dia atrás do outro. Como escreveu Pedro Paixão num dos seus livros, “Viver todos os dias, cansa”.E é porque cansa e porque não é fácil que “O Caminho Menos Percorrido” se revela um livro tão precioso. Porque não dando soluções nem apresentando fórmulas, enuncia pistas e oferece ajudas muito efectivas.
Essencial e intemporal, este best-seller atravessa gerações inteiras e cruza todas as idades, credos e condições sociais. Percebe-se o sucesso logo no início, quando Scott Peck esclarece algumas evidências que, por serem tão evidentes, nos passam despercebidas.Acontece-nos facilmente ignorar alguns problemas ou tentar contorná-los, sem os resolver. Fingir que não existem ou esperar que desapareçam é uma atitude demasiado comum e universal. Ora o que Scott Peck sublinha, de uma forma muito simples e directa, é que os problemas não desaparecem só porque os ignoramos. Muito pelo contrário, acentuam-se e eternizam-se.“É no processo de confrontação e resolução de problemas que a vida adquire significado (...) os problemas apelam à nossa coragem e sabedoria; na verdade, criam a nossa coragem e sabedoria. É unicamente devido aos problemas que crescemos mental e espiritualmente”.

Scott Peck tem a virtude de falar de coisas elementares de uma maneira muito clara e extraordinariamente simples. Seja na elaboração teórica ou na exemplificação, a partir da sua própria experiência de psiquiatra e terapeuta familiar, tudo n’O Caminho Menos Percorrido é inspirado e inspirador.Na realidade Scott Peck sabe que todos temos tendência para evitar a dor e o sofrimento e, neste capítulo particular, fala daquilo a que chama ‘procrastinar’ e se traduz por adiar:“Esta tendência para evitar os problemas e o sofrimento emocional que lhes é inerente é a base primária de toda a doença mental humana (...). Alguns de nós irão a extremos para evitar os problemas e o sofrimento que causam, ultrapassando tudo o que é claramente bom e aconselhável para encontrar uma saída fácil”.

O espectro de fantasias que criamos para evitar o sofrimento é quase infinito e, só para exemplificar, vai das tentativas mais ou menos conseguidas para permanecermos jovens a vida inteira, ao uso e abuso de drogas ou alcool, passando por todo um conjunto de escolhas e atitudes que criam a ilusão de que certos problemas não existem ou não são para ser levados a sério.Por tudo isto e porque todos temos ‘direito’ ao sofrimento (no sentido em que o sofrimento traz dor mas também traz em si a possibilidade de crescimento interior), Scott Peck declara que é importante aprender e ‘ensinar aos nossos filhos a necessidade do sofrimento e do seu valor, de enfrentar directamente os problemas e passar pela dor que acarretam’. Numa palavra, é preciso ensinar a disciplina. Só através da disciplina é possível deixar de adiar aquilo que nos faz sofrer.

No capítulo Disciplina e, depois, sobre o Amor, Scott Peck é de uma eloquência total. Apetece sublinhar tudo aquilo que diz e, em certas páginas, demorar e pensar com tempo aquilo que nos está a dizer.Quanto ao capítulo ‘desenvolvimento e religião’ pode revelar-se polémico e, até, pouco consensual. O importante, neste campo, é ler com abertura de espírito e valorizar aquilo que, para nós, tem mais valor. Aqui e ali Scott Peck compromete-se com uma linha espiritual que pode não ser a nossa e isso cria alguma resistência interior. Em todo o caso também nesta parte do livro o autor é corajoso e chama as coisas pelos nomes.

No último capítulo, a que chamou ‘a Graça’ Scott Peck enuncia vários exemplos e testemunhos de fé (num sentido abrangente e não estritamente como fé religiosa) na vida para provar que “o nosso desenvolvimento como seres humanos é assistido por outra força que não a nossa vontade consciente”. E é por ser tão abrangente, tão actual e tão incisivo em todos os temas que aborda, que ficou muito claro para nós que Scott Peck seria o autor ideal para inaugurar uma colecção XIS, composta de bons livros para pensar.O autor e o livroPsiquiatra norte americano, formado em Harvard e Case Western Reserve, Scott Peck ocupou vários cargos administrativos no governo americano e fez clínica privada de psiquiatria. Vive no estado de Connecticut e, actualmente, sofre de cancro estando, por isso, mais retirado e indisponível para dar entrevistas.Publicou O Caminho Menos Percorrido há 25 anos e, desde o ano de 1978 O caminho Menos Percorrido tem sido um livro de passa-palavra, que começou por vender algumas dezenas e, neste momento, vende milhões. O autor reconhece que “foi um sucesso principalmente por ser um livro do seu tempo” mas talvez a melhor definição passe por esclarecer que o próprio Scott Peck foi um homem capaz de ler e interpretar os sinais dos tempos.Apesar do sucesso e dos embaraços da fama, o autor atravessou décadas inteiras sem abrir mão daquilo que, para ele, sempre foi essencial e se resume a ter tempo para a família, para os amigos, para os ‘seus’ doentes e para si mesmo. Casado, pai de filhos e avô de netos, Scott Peck soube sempre preservar a sua intimidade e resguardar aqueles que lhe eram mais queridos.Sobre o livro, escreveu que “não é perfeito” e admite que é “totalmente responsável pelas suas imperfeições”. Uma vez que se trata de um livro que ajuda a pensar mais e melhores maneiras de viver a vida, também ajuda saber que o autor não se acha perfeito. Nem sequer o facto de ser um especialista particularmente dotado no tratamento e acompanhamento dos doentes e ter talento de sobra para traduzir por palavras simples a complexidade da psiquiatria e psicologia, lhe deram a ilusão de ser perfeito. Que alívio.

...créditos ao Blog "Ego Descentrico" de Pedro Santiago, Lisboa-PT.

Um comentário:

restoshumanos disse...

Tá aí:" A vida é difícil."
"Viver,cansa."

E é por isso que a gente continua vivendo... se fosse fácil não teria graça.

Mô compra esse livro pra gente?!!!


Amo vc!!